sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

IMPOSSIBILIDADES


IMPOSSIBILIDADES



por Paulo da Vida Athos*





Impossível descrever o amor.

Mas se eu tentasse,

diria que nele há um pouco de ti

em tudo.


De tuas digas,

de teus carinhos,

do cheiro de tua pele,

do perfume te teus ais,

desses encantamentos todos

que com graça e liberdade,

pude até agora viver.


Porque o amor é como a liberdade:

impossível de se ver,

intocável em sua essência,

perceptível apenas nos sentidos.


Não tenho como descrever

o amor ou a liberdade.


Posso vivê-los, no nós.

Mas não sei como vivê-los, sem nós.



*Paulo R. de A. David

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sábado, 20 de janeiro de 2007

Rito de Amor


CARTA A UMA POETA







Paulo da Vida Athos*






Minhas palavras possuem

um conteúdo quente de saudade.

E a melodia desmaia no escondimento,

nesse recôndito de minhas fábulas poéticas,

nesse silêncio de Deus,

onde te encontro cálida à minha espera.


E, te recebo emocionado,

revivendo as emoções de estar em ti mil vezes,

por segundo,

e te aproximo de minhas folhas amareladas

em busca de inspiração para sobreviver

ao colóquio inerente da alma.


Fico contigo, me perdendo dentro delas,

sentindo seus braços numa pressão carinhosa,

chegando ao coração num rito estranho de amor...


Minha vida é uma saudade diária,

surdinando no tempo os passos que nunca demos juntos,

na realidade que assiste nosso amor ser propagado ao infinito,

no entendimento com Deus.


Fico contentando-me com o limitado,

quando minhas mãos, parecem ser conduzidas por ti,

marulhando dentro do peito, que bate convulsivamente

nas paredes apertadas em nosso mundo e, na minha espera.


E, fantasio tudo muito depressa!


Farto-me da alegria e, te espero,

mesmo que jamais testemunhe teu chegar...


E quando digo que te amo, é com o apetite infinito

de mensagens revelando e levantando do chão,

uma esperança que não acaba nem sacia...


A tua sombra consegue atar meus pensamentos

numa felicidade perambulante, benevolando

a febre de um beijo que jamais trocamos,

dos hábitos que fariam de nós,

amantes felizes perante o amor...


Meus lábios querem abandonar-se num sorriso,

mas os olhos se perdem na saudade simultânea

dos segundos.


Fica comigo uma vontade enorme

de medir teu coração,

nas circunstâncias da vida

e nas razões dos sonhos.


E limitando tudo,

a impossibilidade.


Fica comigo o silêncio obscuro.


Piedoso de minha loucura,

tentando discutir a minha angústia,

o meio-nada, o meu telhado de vida

que ameaça desabar em tua ausência eterna.


E meu cabelo revolto ao vento

que canta alto este amor ardente e,

sonhado.


E fico seguindo caótico as horas de tua chegança.


Cego.

Coração exausto da espera

de toda uma vida.


E quando chegas,

novamente vejo auroras e crepúsculos,

quando sinto teus olhos me limitando a ser

mais uma vez, extasiado.


Quero derramar lamentos culpando-te

pela ânsia...


Louco, afoito, venerar teu rosto

acreditando que vieste dos céus

e que tens nas mãos a chave de todos os meus anseios,

capaz de diminuir distâncias

e transpor galáxias...


E quando me abraças...

mergulho em ti, para a loucura.


E se te coloco inteira,

em minha vida.


Me coloco inteiro,

em tuas mãos...


*(PRAD)


sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

NOTURNO



NOTURNO




por Paulo da Vida Athos



Gosto da noite que se aproxima,

de seu silêncio adivinhado,

de seus mistérios e fantasias

e do perfume suave que a brisa

forasteira e fugidia,

rouba da flor ou da mulher que passa.


Gosto do que na noite existe.

Das estrelas,

das luzes das favelas,

dos casais ocultos nas sombras mais pesadas,

dos murmúrios ininteligíveis

e até do bêbedo mal educado,

desbocado,

que as vezes vejo passar.


Gosto de nuvens esbranquiçadas de luar,

de mar anoitecido marulhando nas pedras,

dos ruídos indecifráveis das folhas secas,

soltas ao vento,

empurradas pelas calçadas, pelas ruas,

cancionando solidão sem só

e sem tristeza.


Gosto da noite envolvida em lua,

quando acendo um cigarro,

trago

e expulso a fumaça que se tinge em névoa branca,

antes de se volatizar no espaço.


Gosto das noites calmas,

tinturadas de estrelas,

perfumadas,

sensitivas,

transmissivas,

transitivas...

com o amor transitando em nós!



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quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

ORAÇÃO DE UM PESCADOR


ORAÇÃO DE UM PESCADOR






por Paulo da Vida Athos



Que não se desliguem de mim, os sonhos.
Nem a liberdade.
Que não se desfaça em mim a vontade,
De seguir em frente, de findar viagem,
Que mais que finda é início,
De novo sonho,
De infindas vias, de estradas mil.
Onde a realidade se mistura com a miragem...


Que não me deixem órfãos, os ideais.
De liberdade.
Que não se esmaeça em mim a saudade,
De abraçar o ontem, de me fazer aragem,
Que mais que brisa é vento,
De novo barco,
De novas velas, de mares meus
De mergulhos mil, de descobertas infindas,
Onde as águas se misturem com a viagem.


Que não se despeça de mim, o mar.
Nem o amar.
Nem o amor à liberdade.


Pois se isso acontecer,
Não mais serei o mar,
A brisa.,
O sonho,

Ou a Liberdade...

Serei espuma do nada.
E em nada me tornarei...


*Oração feita em homenagem e para proteção de um pescador, navegante, guerreiro, sobrevivente, desses que navegam em qualquer mar, e meu grande amigo P.P.V.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

CARTAS DO INFERNO I











Mamãe,




Quando a noite chegou trazia um vento frio e cortante. Por volta das dezenove horas já a noite se fechava, apresentando um céu despido de estrelas. No ar, uma umidade sentida em cada plano tocável embalsamava o material e imaterial de cada homem e de cada sentimento.

Noite enunciável...

Existem sensações premonitórias e inexplicáveis, que têm a qualidade de preparar o ser humano para fatos e circunstâncias inesperados e, normalmente, insuportáveis.

Houve premonição coletiva, que outra forma definirei?, a partir das dezenove horas até às vinte e uma horas, quando a tensão chegou ao auge e se corporificou, bizarra e inumanamente, numa explosão de ódios, medos e fúria, numa canção de sangue.

Agora os ponteiros do relógio que carrego acusam que quarenta e oito minutos se escoaram, desde as vinte e uma horas, e, no silêncio anormal que envolve o prédio (um mundo à parte do mundo), procuro pensar que o amor existe, e existe a paz, a felicidade, a ternura e a compreensão.

(Seria tão fácil para o homem viver em um mundo de amor. As horas registrariam na mente momentos de felicidade, a felicidade geraria sorrisos, os sorrisos constituiriam a compreensão que engrandeceria o diálogo da Vida que existe em nós).

Estou um pouco cinzento devido a certos acontecimentos que se desenvolveram, envolvendo homens que aqui se encontram. Por mais que o tempo tenha passado, por mais que meus olhos tenham testemunhado fatos semelhantes, para mim será sempre uma novidade que encerrará uma dor e uma decepção.

Meu conforto é saber que existem pessoas assim como a senhora e outros que sei existirem, de alma assim, igual.

Amanhã espero que o céu amanheça muito azul; que meus pombos não deixem de revoar em bando; que as flores floresçam com maior intensidade de cor e perfume; que os acordos de paz superem as guerras; que o sol elimine as sombras; que a criança abandonada encontre um novo lar; que os hospitais fiquem mais vazios; que a delinquência feneça; que o amor entre os homens se propague sem distinção de raça, credo ou partido... e que, sobretudo, a existência dos C.... F... não seja apenas um sonho meu.

Mamãe, aproveito e envio esta poesia de Giuseppe Ghiaroni, “Dia das Mães”, que ofereço à senhora, com meu muito, mas muito carinho mesmo.

Beijos para todos.

Para a senhora, um beijo especial, com meu carinho e minha saudade.

Do seu filho,

Eu.


Rio de Janeiro, 8 de novembro de 1977.

Foto: Galeria do Complexo Penitenciário da Frei Caneca, implodido.


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sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

OUÇA-ME...




Ouça-me



Tem gente que vive saindo na porrada com o presente, com a alma prenha de insatisfação e uma esperança cabeçuda de ser feliz no ontem.

Coisa de bicho homem que prefere dar uma de cachorro abandonado, olhar perdido no passado, enquanto o tempo sacana como ele só vai desfilando na Sapucaí.

“- Foi um rio que passou e minha vida...”

Aí, mané, não tem jeito mesmo. O rio passa e sua alma canina tem mais é que ficar uivando, na bronca, pelo tempo que você deixou passar, babacamente, numa esquina qualquer , pensando em mil coisas que deixou de fazer, em mil digas que deixou de dizer, em algumas bocas que deixou de beijar, só por que a porra do amor que vive em você é tão besta quanto quem o abriga e te sacaneou legal, te deixando plantado, sedado, enquanto o tempo passava sem parar sua evolução, como minha Portela querida.

Tem mais que cair no samba, tem mais que cair na vida!

Ou está pensando que regando lembranças com lágrimas colherá realidade? Tá. Me engana que eu gosto.

Vai ser feliz no ontem? Vai nada!

Muito menos no amanhã poderá viver felicidade alguma.

O ontem passou, é sonho ou pesadelo, o amanhã é visão e talvez você nem chegue lá.

Se tem um momento em que poderá viver qualquer coisa que não seja essa lamentação idiota, é o presente, o hoje, o agora, o já!

E, já!

Não tem essa de amanhã. Isso é papo de cigana ou pai-de-santo marmoteiro.

A mim não engana. Não vou na onda.

Mas se não consegue cair no samba, aproveita a solidão, faça uma poesia ou procure uma pessoa cheirosa, afinal você está sozinho e tem mais que preencher vazios.

Mas não o faça com lembranças, qualquer que seja, muito menos com dor.

Nunca escreva poemas de dor!

Pratique o amor, ame. Se entregue sem medo.

Afinal, você não é eterno e não tem nada a perder.

Curta cada minuto como se fosse o último. Beije. Beije muito, beijar faz bem à saúde.

Curta manhãs de sol, areia no corpo, mergulhe e ouça o murmúrio do mar.

Não durma nas noites de lua cheia e não perca o perfume que o jasmim esparrama nas madrugadas.

Ame as tardes, mesmo aquelas que não são brilhantes como as tardes de abril.

Tente ouvir o canto de um rouxinol, deixe seu olhar bailar com o vôo imprevisível de um beija-flor.

Olhe crianças brincando, você não sabe o quanto isso me deixa feliz!

Fique em uma tarde de outono próximo a uma escola, na hora do recreio, e ouça a canção da vida tomar o céu de sua tarde. A vida é sempre juvenil...

Faça isso, quando nada, por mim.

Você pode até dispensar. Mas eu não abro mão de ser feliz.

Com carinho, seu coração.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

CARTA A PEDRO


Meu filho


Você é uma pessoa especial, nasceu especial e tem uma alma especial.

Você não é apenas o meu melhor e maior amigo e aquele a quem confio meus segredos e meu coração, mesmo que nenhum som saia de minha boca.

Seu coração é uma grande nave onde as pessoas buscam abrigo ou nele navegam pelos céus do tempo.

Sei que muitas nem merecem. Mas você nem liga...

Gosta que se deitem à sombra dos teus jardins interiores e se alimentem.

Você sente felicidade em dar felicidade.

Para você - que nada espera em troca do tempo e da vida que dedica aos que o cercam e aproveitam para deitarem-se à sombra dos seus jardins interiores e alimentar-se da sua amizade - a grande recompensa está na felicidade que sente em dar felicidade aos que o rodeiam.

Por isso, a mais linda das mulheres que conhecemos, a Vida, te ama tanto!

Saiba que a vida e o mundo em que vivo são mais bonitos: por que você existe.

Pessoas como você, que amam o Amor, tornam tudo isso aqui muito mais interessante, muito mais mágico.

Não posso conceber um mundo sem seu sorriso, o eco de sua voz, a luz de seus olhos ou mesmo sem o som de seus silêncios siderais...

Seria um mundo muito vazio e triste.

Como disse Gibran, em uma de suas obras, você, sua vida, “pertencem à mansão do amanhã”, onde não poderei chegar “nem mesmo em sonhos”.

E, pensando nisso, quero dizer nessa esquina do tempo que se chama hoje, que te amarei nessa e em todas as minhas vidas.

Mesmo quando meu hoje houver se tornado um ontem e seus olhos estiverem olhando as cores da primavera, por mim.

Com meu carinho maior.

Seu Pai.


Fonte

MENOS RAZÃO EM 2007

Segunda-feira, Janeiro 01, 2007





















MENOS RAZÃO EM 2007





por Paulo R. de A. David



Deixo 2006 sem saudade, sem olhar para traz. Tendo diante de mim e meus sonhos o ano chegante e o futuro, lanço a ambos um olhar de esperança e de súplica.

Claro que o número de nascimentos superou o número de óbitos não só no Brasil. No mundo inteiro o mesmo aconteceu, a despeito da violência e das guerras. É a natureza em autopreservação, é a raça humana no colo da Vida.

Curioso imaginar que a única forma de vida capaz de aplicar a razão seja justamente aquela que desestabiliza a Terra colocando em risco sua existência, a do planeta e da vida nele agregada.

É realmente é estranho constatar que o homem é a única forma de vida animal capaz de matar sem ser por fome ou para se defender. Mata por ambição, por ódio, por amor, por indiferença. Mata até por matar. É intrigante essa capacidade mórbida de desamor pela vida, seja a sua ou a do outro. É frustrante buscar resposta para o porquê de o homem ter tamanho desdém pela humanidade e pelo planeta se sem ambos a ópera da vida não pode ser montada.

A grande política do homem parece ser a da destruição.

Usa mal sua razão e não usa sua humanidade.

Nesse exato momento mais de seiscentas guerras estão instaladas no mundo. Mas a inconsciência coletiva está tão doentia que talvez esse número surpreenda muitos. E é justamente nesse terreno em que se disseminam as mais intoleráveis condutas humanas.

Nada aprendemos com o genocídio de Ruanda, em 1994, dos massacres da cidade Bósnia de Srebrenica em 1995 e do uso de civis como alvos no Sudão. Nada nos ensinaram os genocídios ao longo da história humana. Até aqui, desde a Segunda Guerra Mundial, genocídios acorreram no Afeganistão, El Salvador, Uganda, Irã, Iraque (aqui também incluídos os curdos) Palestina, e mundo à fora, diante de uma humanidade anestesiada moralmente. Nesse momento a Somália está sob fogo.

No lodaçal de sangue no oriente médio o sonho americano mostra a face mais cruel dessa insensatez, com seus títeres assombrando as crianças que correm sobre os escombros e cadáveres de suas casas e de seus amigos e familiares. Mesmo palco onde em 2006 o Líbano teve suas ruas e calçadas lavadas pelo sangue de seus inocentes, crianças e velhos, homens e mulheres, já que bombas e balas não têm preferência pela presa que abate. Na chamada terra prometida reside o espanto de Deus: é muito pouca terra para tanto ódio e sangue.

No Brasil a criminalidade violenta e desorganizada semeia a morte e o pânico na população diante de uma polícia também desorganizada por falta de políticas públicas de segurança, graças a nossa incapacidade crônica de cobrar dos governantes políticas sociais. Somos um povo que não cobra. Poucos foram às ruas em 64 e nas duas décadas que se seguiram. Não mudamos. Poucos vão ás ruas, hoje, para cobrar um pouco de vergonha na cara de nossos representantes e governantes, seja por suas omissões, seja por suas ações inescrupulosas. Não mudamos. Nunca tivemos nossa “Primavera de Praga”, e já passou da hora faz tempo... Torço para que nossa indiferença moral e crônica seja sacudida em 2007.

Todas essas coisas me marcaram em 2006. Essas e muitas outras.

Mas o mais marcante para mim aconteceu em 30 de dezembro. A execução-assassinato de Saddam Hussein, o ditador genocida do Iraque. Não sou a favor dele nem gosto de ditadores, muito menos genocida como ele.

No entanto minha alma inaceita a morte anunciada, principalmente se pode ser evitada, de qualquer ser humano, de qualquer vida animal, por mais animal que tenha sido o ser humano ou por mais humano que tenha sido o animal. Não comungo com ditadores por serem assassinos vez que não comungo com assassinatos.

Concebo até que a vingança pessoal possa levar o homem a matar. Conheço a força das emoções humanas e não as desprezo. Mas matar por hora certa? Matar quando se pode manter preso por todo o resto da vida, o que já é uma morte, mas não faz do julgador um homicida nem do carcereiro um carrasco, é apenas mais um assassinato.

Para mim 206 teve nesse ato seu ato mais grave e final. Um homem de mãos atadas, que dispensou o capuz dos condenados, que, encarando a morte de frente e amaldiçoando seus assassinos, foi enforcado quase que ao vivo em razão da força na internete.

Isso não é racional, embora humano. Faz parte do eu-humano sem caridade.

Esse é meu desejo em 2007: menos razão... e mais humanidade.


Fonte

O ESPÍRITO DO NATAL

Domingo, Dezembro 24, 2006













O ESPÍRITO DO NATAL




por Paulo R. de A. David



O Natal é a data em que comemoramos o dia do Poeta do Amor.

Um dia importante para a humanidade, um dia fantástico de um Ser fantástico.

Ele pregava o Amor, Suas palavras recendiam agradavelmente esse sentimento.


“- Amarás!”, Ele clamava.


Andou por ruas e cidades tocando as pessoas com Suas mãos, com Seu olhar, com Suas palavras, com Seu amor.

Ao final da caminhada teve Seu corpo amoroso violentado com métodos que ultrapassaram os limites da lógica e da humanidade.

Mas, em razão da existência do Amor, Ele respondeu com o perdão.


“ - Perdoai-os, Pai!...”


Ainda jovem, li Gibran (O Profeta). Gibran foi meu segundo mestre a falar de Amor ao meu coração.



"Quando o amor vos chamar, segui-o..."


Ele também tinha uma forma diferente, encantadora, de falar sobre o Amor.

Se já amava o Amor com todos os seus ais, passei a amá-lo ainda mais. Sou depois de ser humano, um poeta.

Com todas as suas garras e precipícios que machucam e dilaceram: amo o Amor.

Responda: como poderia viver sem o Amor, apenas com o cérebro? Não tem as mesmas cores o céu, o mar, nem tem o mesmo perfume a brisa que trafega na noite, quando apenas sentidas pelo cérebro, na ausência do Amor.

O Amor vive dentro da gente, não é o "outro". O "outro" é só o objeto iluminado pela luz de nosso Amor.

Não! Convido-a antes a viver o Amor, com o coração, com a alma! Para onde você for, ele vai.

Em você. Viva-o!

Chore todas as suas lágrimas e ria todos os seus risos.

Amanhã, terá muitas histórias lindas para contar, para lembrar.

Serão então, seus tesouros.

Aceite esse convite: você ainda vai ser muito mais feliz que pensa. Muito mais que já foi.

Certamente ao longo da vida você vai chorar, muito.

E quando chorar: que seja por amor!

E não esqueça jamais: o verdadeiro Dia do Amor é o Dia de Natal!

Que todos os dias de sua vida sejam dias de Natal, é meu desejo maior!


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QUEM SOU

Sexta-feira, Dezembro 15, 2006













QUEM SOU




Gosto e sei ouvir. Quando ouço é que aprendo.

Não existe ideal que não seja utópico: na prática, conceitos se misturam.

Nunca prejulgo, nem gosto de ser prejulgado, rotulado, sem a mais ampla defesa.

Sinto pena dos radicais...

Radicalismo é estupidez! Cega!

Sou gato velho e gato velho não erra o pulo...

No mais, sou um homem comum.

Talvez com uma vida incomum, diria. Repleta de momentos e de histórias.

Sou como o oceano, às vezes carinhoso como as espumas que tocam as areias das praias.

Em outras, plena fúria contra obstáculos em meus caminhos.

E com profundezas, com mistérios, com muita vida em meu interior de milhões de anos.Sim, como o oceano e seus mares e marés para contar...

Sou filho de um momento terno entre a Terra e o Sol, amante da Vida e da Poesia e afilhado do Tempo.

O Amor é meu companheiro de viagem, juntamente com a Indignação; ambos são amigos e, mesmo os tendo, não critico seus defeitos, pois amigos a gente aceita como são.


Não tenho pretensão de modificar o mundo, de ser Dom Quixote, mas se puder fazer algo para torná-lo melhor, o farei.

Tenho ao meu lado, como guia, a Liberdade.

O mundo é um caminho regido pelo Destino e sustentado pela Eternidade, por onde ando e encontro pessoas e mestres e em cada dia que passa uma nova lição.

Sou aquele a quem a Vida ama e que ama a Liberdade.

Sou aquele que não se cala. Que nunca se calou.

Nem debaixo do sol ou da chuva.

Nem debaixo de pau.

Quanto mais apanho, mais grito.

Por mim, pelos que a covardia cala. Pelos que não têm voz!

A Luta é para mim estrada e ideal, além de companheira de caminhada.

Só temo temer. Calar diante da covardia. Não levantar a voz ou o punho para lutar contra a injustiça e os covardes.

Odeio tortura e torturadores, chacina e chacinadores, assassinos sejam agentes do estado ou criminosos comuns. São todos da mesma laia: covardes!

Desprezo aqueles que falam sobre coisas que nem sabem o beabá.

Sou um guerreiro e morrerei assim.

As marcas de minha alma e de meu corpo são medalhas.

Os anos duros não me calaram.

Os idiotas de ontem não me calaram.

Os idiotas e covardes de hoje não me calarão...

Só calarei quando encontrar minha derradeira e mais bela namorada: a Morte.

A partir de então... a Vida e a Liberdade falarão por mim!

Amo tudo que vivo e que vivi.


Até minha saudade.

Só nunca consegui deixar de odiar covardes e fanáticos religiosos, em qualquer grau.

Por uns sou odiado, por outros sou amado. Sem meio termo. Não vivo pela metade, nada.

No amanhã, alguns sentirão a ausência de minha voz e de meu perfume.

Mas que esses não se preocupem.

Um dia a gente, certamente, se encontrará por ai. Então perguntarei:

- "O que é a saudade senão a aflição dos sentidos e da alma que se rebelam, em razão da ausência?”




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MÍDIA: O ÓPIO DO POVO

Quinta-feira, Dezembro 14, 2006

















MÍDIA: O ÓPIO DO POVO





por Paulo R. de A. David


A sociedade não finge não ver. Na verdade, parte dela, e muito pequena, sabe sobre os grandes traficantes. A maioria esmagadora é tangida a olhar para o outro lado, o lado que a mídia expõe que é o tráfico praticado pelos fernandinhos, dos zezinhos e outros inhos mais.

A grande massa é isso mesmo: massa. Gado. Olha para o caminho que lhes é mostrado. Nada mais. A mídia coloca o assassino, o seqüestrador, o estrupador, o latrocida, os tiroteios e as balas perdidas, coisas que vendem muito jornal de papel e televisivo, nessa enganação histórica que provoca o sujeito alvo a aceitar que a culpa da miséria e da fome, da falta de habitação e do sistema de saúde, do abandono de nossas crianças que breve se tornarão bandidos e venderão mais jornais, é deles mesmos, desses bandidos cretinos que infestam nossas esquinas, guetos e favelas. Bom que morram na cadeia em alguma rebelião.

E a mídia acena com o canto da sereia da banalização da pena contra a banalização da vida e o povo morde a isca, e nossos legisladores de má fé ou por estupidez crônica aumentam as penas como se fosse possível ou razoável crer que se vá combater a criminalidade que nasce da miséria e do abandono com mais prisões.

Enquanto isso continua a pousar na pátria amada aviões carregados de cocaína, containeres passam por nossos portos-corredores portando toneladas do pó-do-diabo em direção à Europa, Japão e Estados Unidos, para destruir milhões e enriquecer alguns poucos: os verdadeiros barões do pó.

Historicamente as ditaduras sul-americanas sempre se valeram do tráfico. As décadas de ditadura deram know-how aos civis e reconheçamos que é muita grana para se largar assim de mão.

Hoje as poderosas associações criminosas do narcotráfico se expandiram, se sofisticaram, se globalizaram. Não estão mais engalanadas, estão dolarizadas. Não à toa vemos exércitos se digladiando na América do Sul, exércitos de um mesmo país, todos mercenários pagos pela cocaína, lutando em solo colombiano e na região amazônica.

No Brasil, para não fugir à regra, empresários bem sucedidos estão envolvidos. Sempre estiveram. Sempre estarão.

Durante décadas o Tio Sam sempre fechou os olhos para isso, e se é de seu interesse, ainda hoje fecha. Aliás, até investe no tráfico, e, quando não mais lhe interessa, derruba seu sócio, como ocorreu com Noriega. Quando decidiu invadir o Panamá, Bush pai despachou 20 mil soldados para enxotar Noriega do poder. Bush pai foi diretor da CIA, a quem Noriega serviu muitos anos como delator. Quando deixou de interessar aos americanos, tomou um bico - como tantos outros.

Logo, não é isso que chamo de Justiça Social. Isso é corrupção. Então, para combater a corrupção se deve atentar para os poderes que o dinheiro dá ao poder. A mídia faz parte do poder. Não estou dizendo que jornalistas são traficantes. Mas sim afirmando que os grandes empresários manipulam a mídia para que a população continue nessa viagem ofertada pela droga oferecida pela imprensa.

Tudo isso sem falar nos danos provocados pela corrupção de nossos políticos e os saques contra o erário. Mais danoso que um milhão de assaltantes...

Não é a religião nem o futebol o ópio do povo.

É a mídia!


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