sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

CONSTATAÇÃO















CONSTATAÇÃO



por Paulo R. de A. David


Como falar das horas penetradas por tua ausência?

Que meu espírito perambula

desperto nas alamedas de nossas lembranças?

Que minha alma vagueia órfã

da música de teus risos, de tuas palavras,

de tua presença que coloca o sol em minha vida?


Como falar da solidão inadmitida e presente,

em que vago pelos labirintos da memória

a procurar teu corpo

na tortura de minhas recordações

enquanto minha alma tateia o nada

a procurar teu sexo?


Como poder exprimir

o pulsar acelerado de meu coração...

e este fogo que me queima e arde,

como se fosse eu o próprio fogo e a chama,

e a luz e o calor que dela emana?


Como posso viver, sem vida?


Como pode a vida viver, sem nós?

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