sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

SEM CHANCE

Sábado, Novembro 19, 2005


SEM CHANCE




A Vida é um milagre.

O tempo, os dias, as horas, são milagres que não se repetem, que não voltam, nisso que é um milagre mutante, em eterna evolução.

Ninguém pode ser feliz amanhã; muito menos ontem.

Essa é a essência maior do milagre da Vida: um movimento contínuo onde as primaveras jamais se encontram, assim como o ontem nunca encontrará o amanhã, razão pela qual determina que esse milagre só pode ser vivido no hoje, no já, no olhar que liga a paisagem à alma, ou a outra alma no olhar do outro que está te olhando.

Muitos não percebem e colocam sua felicidade no amanhã e ficam escravos da tristeza que espera um amanhã que jamais chegará. O amanhã quando chega, se torna hoje. O amanhã é sempre e apenas uma visão.

Outros mais colocam sua felicidade no ontem, que a cada minuto passante fica mais distante deles vez que o tempo não anda para trás. O ontem é sempre uma lembrança do já vivido.

Somos passageiros desse milagre. Embarcados na Vida contemplamos rostos e paisagens que passam pela janela de nossos olhos. Nem sempre as paisagens são belas...

Enquanto são gastos bilhões de dólares movimentando essa máquina impiedosa da corrida armamentista e nos projetos bélicos espaciais das grandes potências, a fome ceifa milhões de vidas ainda iniciantes. O que a guerra começa, a fome termina com maior precisão...

A morte de milhões de pessoas ao longo do século XX, de fome, apenas de fome, deveria ser suficiente para que parássemos para pensar. No entanto, nesse primeiro lustro do século XXI com o coração aos pedaços e a indignação bramindo de seus escombros, grito a todos os pulmões: eu os acuso!

Acuso a todos os detentores do poder! Começo pelas grandes potências, por aqueles que têm na guerra uma indústria e nela visam o lucro derivado dos genocídios como os ocorridos contra Coréia, Vietnã, Iraque, Irã, Afeganistão, antiga Iugoslávia, Palestina, países e etnias da áfrica e da ásia, para citar alguns.

Acuso a todos os senhores da guerra e aos senhores da corrupção!

Acuso aos nossos políticos corruptos, aos grupos de extermínio, e aos torturadores do Brasil e do mundo!

Sim, não se iludam! Existe uma guerra não declarada no Brasil, alimentada pela corrupção que vai dos salões dos palácios aos quilombos e guetos de nossas favelas e periferias de nossas grandes cidades.

Acuso nossa política de segurança e social por cada vítima de bala perdida, por cada criança perdida, seja por munição achada seja nos faróis das esquinas.

Não se faz operação de guerra entre vielas e barracos, ou casas de alvenaria, que são como folha de papel diante da munição usada por ambas as partes: por policiais e criminosos. O resultado é demente! Desastroso! Criminoso! Tão desumano e insano que me pergunto diante de cada criança que morre nessas operações:

- “Quem são os bandidos?!”

Acuso nossos governantes pela ausência de uma política de segurança eficaz. Dispensamos, senhores, a sempre festejada política de assassinatos que nos apresentam como solução! Basta de cadáveres!

Queremos que nossas crianças sejam assistidas, que tenham comida, casa, escola e hospital! Queremos passear nas noites de verão pela praia ou por nossas ruas, a qualquer hora do dia ou da noite, sem medo de assaltantes ou de camburões. Ambos nos assustam! Ambos geram insegurança em razão da impunidade, desmandos e corrupção em que vivemos. Temos tanto medo de cruzar com um “bonde” de bandidos quanto com uma “blitz” policial em nossas madrugadas.

Eu os acuso por terem matado nosso ontem e roubado o nosso amanhã e, não satisfeitos, dilacerarem a alegria que deveria existir em nosso hoje!

Mas apenas acuso! Não posso julgá-los e sabem disso.

Mas certamente a Vida e a História os julgarão!

Absolvição para vocês? A resposta é a mesma que deram a milhões de vidas que se perderam nesse genocídio de guerra e fome, fruto da ganância ou da corrupção que vocês sempre alimentaram:

Sem chance!



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