domingo, 1 de junho de 2008

PMs INTEGRAM MILÍCIA QUE TORTUROU JORNALISTAS




PMs integram milícia que torturou jornalistas, diz secretário de Segurança



O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, afirmou em entrevista coletiva, na noite neste domingo (1), que os milicianos que mantiveram em cárcere privado e torturaram uma equipe de reportagem do jornal “O Dia” já foram identificados. Beltrame confirmou ainda que, entre os milicianos, há policiais militares. Ele afirmou que não daria mais detalhes do assunto para não atrapalhar as investigações. Os jornalistas foram feitos reféns em 14 de maio na Favela do Batan, em Realengo, na Zona Oeste do Rio.


“Polícia não fala sobre investigações. Polícia apresenta resultados”, disse Beltrame.


Segundo o secretário, é preciso reunir provas mais concretas não só para a prisão dos envolvidos, mas principalmente para sua condenação. Ele diz ter 100% certeza de que essas pessoas serão expulsas da corporação.



Denúncia foi publicada em jornal

A denúncia de que os jornalistas foram mantidos em cárcere privado e torturados foi publicada na edição deste domingo (1) do jornal. De acordo com o relato publicado, os torturadores disseram que eram policiais.


Segundo o jornal, a equipe fazia uma reportagem na favela do Batan sobre a ação das milícias, que são grupos paramilitares que dão suposta proteção aos moradores em troca de dinheiro e do domínio da região.


A reportagem revela ainda que os profissionais estavam há duas semanas na comunidade, vivendo em uma casa alugada. Eles foram capturados no dia 14 de maio. Segundo o jornal, o fotógrafo, o motorista e um morador foram rendidos por um grupo armado e encapuzados. De lá seguiram até a casa onde estava a repórter. Ela também foi capturada e os quatro foram levados para um cativeiro.

De acordo com o jornal, em sete horas e meia de terror, a equipe foi submetida a socos, pontapés, choques elétricos e sufocamento com saco plástico. Segundo a reportagem, os profissionais foram soltos sob a condição de não denunciarem os agressores.


Crime é alvo de repúdio

“A sociedade e o estado devem reagir duramente a esse episódio, porque não é um crime comum. É um crime bárbaro e com um agravante de que é um atentado à liberdade de informação, logo, da democracia”, afirmou Aziz Filho, Secretário Geral do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro.

De acordo com o jornal, os repórteres passam bem. Eles receberam atendimento médico e psicológico e estão em um lugar seguro.

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) repudiou o crime contra os jornalistas. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também divulgou nota de protesto, pedindo que as autoridades apurem com rigor o crime cometido: “A Abraji considera inaceitável existirem no país ‘áreas de exclusão’, dominadas por criminosos, onde a imprensa não pode trabalhar sem sofrer agressões”.

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