terça-feira, 30 de dezembro de 2008

PRECE POR 2009...
















PRECE POR 2009...



É poente 2008. Sol que se põe no céu do tempo, de um tempo que deixou marcas profundas na Terra e nos homens, e cicatrizes também.


Marcas e cicatrizes têm semelhanças, mas são diferentes.


As marcas cinzelam a alma que se amolda pela experiência da lágrima ou do sorriso, fazendo o homem se tornar maior e a Terra melhor.


Cicatrizes mutilam, amputam, ceifam sonhos e deixam a Terra mais pobre.


Não por culpa do ano poente, mas sim do homem, tivemos muito mais cicatrizes que marcas e a Vida e a Natureza não nos perdoarão por isso.


As marcas que mais me tocaram de forma indelével, foram quase todas de atos de heroísmo do homem diante do imponderável.


Muitos foram os heróis anônimos, em Santa Catarina.


Esses heróis anônimos é que ainda dão esperança e paciência a Deus.


As cicatrizes também tiveram origem no mesmo homem, anônimo ou não, como aqueles que não nos permitirão esquecer Isabela ou menino João Roberto, ambos vítimas da insanidade humana, a mesma insanidade que é regente na Faixa de Gaza no momento crepuscular em que escrevo, que já ceifou mais de meia centena de vidas e muitas mais ceifará, bem como as quase 50 mil pessoas que foram assassinadas nessa guerra não declarada que também vivemos no Brasil.


Não culpo 2008, não culpo seus orixás regentes por ordem divina de Olorum – para uns Ogum, Yemanjá, Oxossi e Oxum - nem culpo o Deus dos cristãos, nem o dos muçulmanos, nem o dos judeus, assim como não culparei Yemanjá, Xangô e Oxossi, que, dizem alguns, mesmo sem ter o ano de 2009 nascido, serão os regentes do que se avizinha.


Culpo o homem, ainda que criatura de Deus.


O homem é Sua única obra imperfeita; se tal diga for blasfêmia, sou herege e não mudarei uma vírgula.


O homem alterou a Terra, violentando-a.


O homem desafiou a natureza, como um dia desafiou os deuses do Olimpo e Zeus dividiu-o em dois, encarregando Apolo de fechar suas feridas.


Mas não aprendeu aquela lição.


O homem está se separando da Vida, pois o que o une à Vida é o Amor.


Não existe outro caminho que não seja esse para que todos vivamos com felicidade e paz; não existe outro caminho que não seja o amor.


A maioria da humanidade conhece o texto ocidental mais desrespeitado:


Lucas 10

25 Levantou-se um doutor da lei e, para pô-lo à prova, perguntou: Mestre, que devo fazer para possuir a vida eterna?

6 Disse-lhe Jesus: Que está escrito na lei? Como é que lês?

7 Respondeu ele: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu pensamento (Dt 6,5); e a teu próximo como a ti mesmo (Lv 19,18).



O Islam invoca para a paz e a não agressão, dizendo:


“Quem matar uma pessoa, sem que esta tenha cometido homicídio ou semeado a corrupção na terra, será considerado como se tivesse assassinado toda a humanidade; quem a salvar, será reputado como se tivesse salvo toda a humanidade” (5:32).



Lendo David Seidner, aprendi a seguinte passagem sobre a Toráh:


Aconteceu um dia que um não-judeu chegou ao grande rabino Shammai e lhe disse: Faz-me prosélito (convertido ao Judaísmo) sob a condição de que me ensines a Toráh inteira, durante fico parado em um pé só. Esse o empurrou com o bastão que tinha na mão. A seguir veio a Hillel, e este o fez prosélito e lhe disse: O que tu não estimas (que te façam), isso também não faças ao teu próximo. Isso é toda a Torá, e todo o restante não é senão explicação: vai e a aprende!” (Talmude Babilônico, Sabbat 31a).



Em resumo, todos os livros sagrados apontam para um caminho único de salvação: o Amor.


Na contra-mão de tudo, o homem segue seus descaminhos.


Mas existe um pequeno-grande-exército do qual todos devemos fazer parte.


Um exército que prega que devemos amar o nosso Deus, o nosso próximo, a nossa casa, o nosso irmão, o nosso cão, a nossa grama, a árvore que nos dá sombra, o mananciais que aplacam nossa sede, a comida que nos sacia a fome, os que são sacrificados para comermos, os mares que ligam nossos continentes, os nossos continentes, o que neles estão contidos, os seus e as aves que cortam a imensidão do espaço, nada sacrificando sem ser em nome do Amor e da Vida.


Te convoco para dele fazer parte.


Sem arma, para amar com todo o amor.


Por 2009, amem.


Amém.



Paulo da Vida Athos



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