domingo, 7 de fevereiro de 2010

"Fora milícia. Chega de opressão. É melhor a UPP do que ditadura"


Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia

Bandidos incendeiam ônibus e espalham panfletos e pânico

Ação foi em Ramos. No panfleto distribuído, estava escrito: "Fora milícia. Chega de opressão. É melhor a UPP do que ditadura".

Para polícia, crime pode ser de traficantes ou de milicianos.

Os bandidos incendiaram ônibus em Ramos. O fogo quase atingiu alguns prédios. Os moradores tiveram de abandonar suas casas.

A imagem era de um cénario de guerra. De um lado ao outro, o incêndio tomou conta da rua, destruindo um ônibus e carros. Dezenas de moradores deixaram as casas. O fogo ameaçava invadir os imóveis.

"Todos os vizinhos saíram correndo, foi desesperador, muito barulho, muito fogo. As janelas dos vizinhos do outro prédio explodiram, as crianças estavam todas na rua”, conta a telefonista Maria Margarida Alves.



O ônibus da linha 940, da empresa Caprichosa, estava a poucos metros do ponto final, na Rua Gerson Teixeira, no bairro de Ramos, bem perto da Avenida Brasil, uma das principais portas de entrada para o Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, o incêndio foi um crime.

Os moradores contaram que viram um grupo atravessar o carro no meio da pista para impedir a passagem do ônibus. Logo em seguida, parte do bando teria ateado fogo ao ônibus. O motorista e o cobrador, que estavam sozinhos, conseguiram escapar. Em poucos minutos, as chamas se alastraram e atingiram os carros que estacionados no meio da rua.

Os bandidos fugiram, mas deixaram recados. Para a polícia, os folhetos reforçam a suspeita de que o ataque foi motivado por uma guerra entre grupos de milícias, que disputam o controle da região.

Há três meses, na entrada da comunidade Roquete Pinto, bandidos também atacaram um ônibus. Na fuga, usaram o mesmo método. O grupo espalhou cartazes pelo local.

No ataque da madrugada desta sexta-feira (5), um aposentado viu dois carros virarem cinzas. “Eu cheguei a abrir o carro para puxar para trás, mas eles começaram a gritar para eu sair que ia explodir, daí eu tive de sair”, conta.

O motorista e o cobrador do ônibus prestaram depoimento no início da tarde desta sexta-feira.

Segundo o comentarista de segurança do RJTV, Rodrigo Pimentel, a atitude é típica de traficantes, mas a polícia não descarta ser ação de milicianos. Ele explica que a milícia não está apenas na Zona Oeste, mas também no subúrbio da Leopoldina. A região sofre a ação dos milicianos há pelo menos dois anos.

No cartaz distribuído pelos criminosos estava escrito: "Fora milícia. Chega de opressão. É melhor a UPP do que ditadura".

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