terça-feira, 13 de julho de 2010

Metáforas essenciais: 65 anos do Pequeno Príncipe




Metáforas essenciais: 65 anos do Pequeno Príncipe


“Se um dia viajarem pela África, se passarem pelo deserto, eu lhes peço que não tenham pressa e esperem um pouco bem debaixo da estrela! Se, de repente, um menino vem ao encontro de vocês, se ele ri, se tem cabelos dourados, se não responde quando é perguntado, adivinharão quem ele é”. É ele que muitos de nós já procuramos nos nossos dias e nas nossas noites desertas. Le Petit Prince, The Little Prince, El Principito, Der Kleine Prinz, o nosso tão querido Pequeno Príncipe. Uma das obras mais fantásticas da literatura francesa que se tornou mundial. As aquarelas tristes do pessimismo que vivemos na sociedade desertificada pela fome e pelas violações diárias fazem com que rememoremos os 65 anos desse escrito.

O autor, jornalista e piloto francês Antoine de Saint-Exupéry, certamente, não imaginaria que sua obra atingiria tão grande repercussão. Muito se discute ainda sobre a ficção e a autenticidade da história narrada. O autor morreu em uma missão como aviador, e reza a lenda de que suas últimas palavras antes da decolagem foram "E se eu voltar, o que hei de dizer aos homens? Se existiu ou não, pouco importa, o certo é que o Pequeno Príncipe traz uma mensagem que alenta razões e emoções.

Poderíamos ir fundo nas fontes, nas cores, nos sons que a obra nos manifesta. No entanto a simplicidade que ela se apresenta faz com que também sejamos simples ao falar desse escrito. Quem olha para o livro imagina uma interessante obra infantil. Quem folheia, percebe diálogos. Quem lê uma vez se encanta. Quem lê duas vezes se apaixona. E a cada leitura se apresenta a novidade. Uma lição. Uma emoção. Uma Filosofia de vida. O aparente livro infantil se transforma em uma obra de intensa reflexão. Uma obra de cuidado. Os enigmas e as metáforas nos calam.

Mais do que nunca o Pequeno Príncipe, depois de 65 anos, é atual. É livro da criançada. É obra da juventude. É escrito de famílias inteiras. Os questionamentos da obra continuam a intrigar. O que é essencial? O que é cativar? O que é cuidar da rosa? Por que o carneiro come as rosas? Para que servem os rituais? O que é dialogar com a raposa? O que significa ser responsável? Palavras simples e perplexas. Metáforas inquietantes.

Deixemo-nos tocar por esse sentimento. Bem mais que uma obra, o Pequeno Príncipe pode ser um jeito de viver e de se relacionar. Em épocas de trigais lembremo-nos do que ele nos disse: "O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando tiveres me cativado. O trigo que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo..." Deixemo-nos tocar por essa fantástica obra. Que a cada trigal sintamos o perfume e apreciemos as cores de um mundo onde “o essencial é invisível aos olhos”.

Por Maicon André Malacarne


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